E ele viu nos olhos dela que ela havia desistido.
Desistiu da vontade de entender, de amar, de sentir e até mesmo de sofrer.
A inércia de seus sentimentos a tornaram uma pessoa apática e sem brilho. Chegara ao fundo do poço e para sair de lá no momento não tinha forças. Precisava se reencontrar. Querer viver e isso no momento tava descartado.
Viver na invisibilidade, na sombra, no submundo, numa torcida injusta pela migalha a ser jogada, numa esperança vã de reconhecimento, de existir...ela já não fazia mais questão de viver assim.
A falta de cuidado, de carinho e cumplicidade recorrentes que ela já conhecia decor a tinham deixado exausta de continuar querer.
Havia passado uma vida de mentiras, se enganando, achando isso e aquilo e agora finalmente o estoque de faz-de-conta havia acabado...
Assim como quem tem fome, quer comer...quem tem sede, quer beber, quem tem amor, quer agrado, afago, carinho, cuidado e o mais importante, quer se sentir amado.
As palavras não ditas, a risada que não foi compartilhada, o respeito inexistente, o telefonema esperado, o olhar desejado, um braço por trás da cadeira, uma palavra inesperada, um elogio...
Não se perde alguém apenas quando enterramos essa pessoa, a perdemos também em vida.
Vylna
Seu poema é triste e belo, sentido e sofrido como perder um amor.Beijos
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