segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

Proibido.

E, de repente ele dormiu. Dormiu como fazem as crianças...puras..ingênuas, tênues e despreocupadas com o que está por vir num futuro próximo ou distante. A respiração solta e suave, entrecortada de suspiros de satisfação era o único barulho que existia naquele quarto. Ela podia ficar assim horas a contemplar o rosto belo e amado sobre os lençóis macios impecavelmente desarrumados depois de tudo que houvera ali. De bruços, apenas com o rosto meio de lado... braços sob o travesseiro, como se quisesse continuar a abraçar o corpo de alguém, assim ele dormia, com os cabelos levemente caídos na face rosada. A luz que entrava pela janela e atravessava as cortinas permitia que ela continuasse ali a contemplar a bela imagem sedutora. Maravilhada, olhava os contornos das costas, pernas, coxas e bumbum. Não se conteve e chegou mais perto...cheirou, e suavemente pousou um beijo no dorso. E mais um, e outro. Sua vontade não acabava assim. Dentro dela fervia como num turbilhão vontades e emoções que antes não se permitira experimentar. Dentro dela as vontades andavam de mãos dadas com as incertezas e medos de momento e do depois....do amanhã. Quis fugir. Parou. Olhou. E devagar se virou, voltando-se novamente para a bela imagem presente ali naquela cama. A bolsa nas mãos foram trocando de lugar, ficando novamente sobre o móvel de entrada. As sandálias ficaram pelo caminho até a cama onde ela chegou de ponta de pés. Como uma menina, devagar, cuidadosamente sentou e se deitou ao lado dele , sentindo dessa forma a respiração quente perto de seu rosto. Seus lábios ali, tão macios e quietos, pareciam que convidá-la para amar novamente. Com as pontas dos dedos, suavemente ela afastou os cabelos meio caídos sobre a testa e passou a ponta do indicador na sobrancelha, arrumando-a...penteando-a. Nesse momento, ele abriu os olhos e por um breve momento olhou-a dentro dos olhos. Abriu um sorriso largo, gostoso e com os braços puxou-a novamente para seu colo nu. Assim abraçados, ele a beijou com mais desejo do que outrora. Bocas se sentindo, mãos se procurando, corpo sobre corpo, se amando, se querendo, desejando.....e se pertencendo. As falas entrecortadas com suspiros, beijos e juras escapadas numa hora onde nada mais lá fora existia realmente, mesmo que por apenas esse momento mágico era mais fácil a ela pensar desta forma. Não sei por quanto tempo ela resistiria nessa duplicidade, mas assim permaneceu por horas entregue ao doce sabor do pecado e do prazer.


Vylna Cassoni
20/03/2008

terça-feira, 8 de setembro de 2015

A voz era rouca, grave, ensurdecedoramente deliciosa.
A surpresa desse reencontro, fez de sua vida um inferno. Mal sabia ela que estava prestes a se envolver com um sociopata.Olhar doce e provocante, sobrancelhas acentuadas, voz penetrante, ele tinha todas as características que lhe atraíam. Sorridente e gentil foi conquistando tudo e todas por onde esteve. Carismático, se fez presente diuturnamente, onde os minutos sem a presença, torturavam-na vorazmente.Pacientemente, a teia foi erguendo de maneira minuciosa e precisa, para que tivesse garantias de não sofrer retaliações caso fosse descoberto. E foi. Uma, duas, três vezes. Na teia imunda e asquerosa que teceu, envolveu pessoas, machucou e usou outras onde para se satisfazer, não mediu esforços, presentes ou disfarces.
Nunca deu ouvidos a suplicas ou apelos que lhe foram feitos. Pessoa assim não sente nada. Nem amor, dor, culpa e tampouco remorso. Apenas viram uma página, deixando uma vida completamente destruída como se nada tivesse ocorrido.





Diz o ditado que um homem não viveu se ele deixou de fazer 3 coisas: ter um filho, escrever um livro e plantar uma árvore.
Conto com vc para realizarmos o pouco que falta.